Está interessado em trabalhar na gigante de consumo UNILEVER? Então esqueça os processos tradicionais de seleção de emprego. Comece pela inscrição no site – pode usar os dados do seu perfil do Linkedin mesmo.
Depois, participe de 12 jogos online para uma avaliação de perfil divertida, mas fique atento: suas habilidades cognitivas, emocionais e sociais serão mapeadas.
Caso o feedback personalizado emitido pelo sistema conclua que você tem de fato o perfil da vaga, é hora de gravar e enviar uma entrevista digital, usando seu smartphone mesmo, respondendo a situações de negócios hipotéticas.
Se vencer mais este desafio, chegará à etapa final, a única com interação presencial, com a simulação de um dia na rotina do futuro funcionário.
Moderno e eficiente, certo? Mas saiba que, nas três primeiras fases, foi a Inteligência Artificial (IA) que o aprovou.
Com mais de 170 mil colaboradores em todo o mundo, a companhia viu o prazo de contratação cair de quatro meses para quatro semanas após a adoção do novo procedimento. Foi reduzido ainda em 75% o tempo gasto pelos gestores de RH para a análise dos candidatos. Esses, por sua vez, economizaram mais de 50 mil horas dedicadas a processos seletivos.
Mas a Unilever não está sozinha nessa evolução. Uma pesquisa da consultoria Deloitte com cerca de 10 mil executivos em 140 países, revelou que 33% das empresas já utilizam a Inteligência Artificial para otimizar a busca por talentos, considerada uma atividade estratégica por 83% dos respondentes. Outros 62% preveem adotar a tecnologia a curto prazo.
A chegada dos sistemas de IA a esse segmento trouxe maior produtividade e menor custo para as empresas, mas implica alterações igualmente significativas para os candidatos.
Não basta mais ter um currículo impecável – é preciso torná-lo mais visível aos robôs, responsáveis por realizar o primeiro filtro entre milhares de inscrições. Isso vale para o perfil no Linkedin também. Confira as dicas dos especialistas.
- Garanta que as palavras-chave mais associadas à função pretendida estejam presentes no texto, englobando nomes de cargos, certificados, habilidades e qualquer outro termo que remeta à área pretendida. Palavras-chave importantes podem ser usadas mais vezes, mas não caia na tentação de lotar o currículo digitando termos repetidos no espaço entre os parágrafos e “escondê-los” a olho nu selecionando a cor branca para a fonte. Pode até funcionar no primeiro momento, mas além dos robôs estarem cada vez mais sofisticados para detectar estes truques, o arquivo chegará com todo o conteúdo revelado – seja de que cor for – ao recrutador, e tentar burlar o processo é uma péssima ideia para quem quer passar a melhor impressão possível.
- Utilize um formato simples, preferencialmente em Word ou Rich Text Format ao invés de PDF, que pode ser mais complicado para a leitura dos sistemas. Evite qualquer tipo de fonte muito exótica, se atendo às mais usadas como Arial ou Times New Roman.
- Organize as informações da mesma maneira que em um currículo tradicional, mantendo as seções de Dados pessoais, Formação, Experiência profissional e Qualificações. Nesta última, prefira colocar os dados de maneira objetiva e em tópicos, sem esquecer das palavras-chave. Inclua as datas completas de início e saída dos locais em que trabalhou. Não insira dados de outras pessoas como referência neste momento. Eles podem se misturar aos seus quando este tipo de informação for analisada.
- Revise as informações mais uma vez. Erros de digitação não impedem que um recrutador humano compreenda a informação – embora possam ser vistos como desleixo. Mas os robôs simplesmente não “enxergarão” seu currículo.
Os avanços tecnológicos provam que nossa realidade está cada vez mais próxima do que vimos em filmes e seriados de TV futurísticos. O que você acha sobre isso? Comenta aqui embaixo! (: