“A imaginação é mais importante que a ciência, porque a ciência é limitada, ao passo que a imaginação abrange o mundo inteiro”. A frase do físico Albert Einstein resume o espírito que permeia as grandes invenções: uma boa dose de ousadia e muita determinação. Longe daquela figura caricata do cientista excêntrico, milhares de visionários e empreendedores se esforçam todos os dias para desenvolver as soluções do novo milênio. O Dia da Inovação, comemorado em 19 de outubro, destaca a importância de tudo o que conquistamos até aqui e abre espaço para uma visão otimista do futuro.
Apesar dos desafios, inovações expressivas aconteceram nos últimos anos no Brasil. O carro com motor biocombustível, ou flex, foi uma delas. Em projeto capitaneado pela subsidiária brasileira da Volkswagen, a montadora lançou em 2003 o primeiro veículo capaz de rodar com gasolina ou álcool, fazendo com que a tecnologia se tornasse padrão no mercado. A Tetra Pak criou um processo para reciclagem de alumínio e a DuPont desenvolveu o primeiro fio de poliamida biodegradável do mundo, permitindo que as roupas produzidas se decomponham rapidamente quando descartadas.
Com vários polos de pesquisa e desenvolvimento, o país continua acrescentando novidades a este portfólio, como o acelerador de partículas que o Laboratório Nacional de Luz Síncroton, em Campinas, está produzindo. Aguardado com ansiedade por cientistas de todo o mundo, o equipamento promete impulsionar pesquisas em áreas como engenharia de materiais, saúde, energia e meio ambiente.
No mundo, são inúmeros os exemplos de inovações que mudaram para sempre a nossa vida. Microprocessadores, smartphones, leitores digitais de livros. Mas sem dúvida a mais impactante foi a Internet, popularizada a partir dos anos 90. Com a rede, o mundo se tornou global, o acesso a informações de todos os tipos foi facilitado. Em seguida vieram Facebook, Twitter, YouTube, Google Maps, Skype e ínúmeras outras maneiras de estar conectado a todo mundo, o tempo todo.
Com a expansão dos smartphones, a web se tornou móvel e surgiu uma infinidade de aplicativos para lazer, trabalho, organização e até para encontrar um amor. Até mesmo os processos criativos evoluíram, com o advento do crowdsourcing, modelo de produção coletiva que utiliza a inteligência e os conhecimentos de colaboradores presentes na internet para resolver problemas, encontrar soluções ou desenvolver novas tecnologias.
Mas o mais empolgante são as possibilidades a que avanços como a nanotecnologia, machine learning e deep learning podem nos levar. A Thomson Reuters IP & Science, instituto de dados científicos, analisou as patentes em andamento e publicações em jornais científicos e listou algumas soluções que podemos esperar para 2025.
Na área de saúde, espera-se a redução da demência e da diabetes tipo 1, com exames genéticos preventivos. A principal fonte de energia será solar. Não haverá escassez de alimentos, pois as colheitas poderão ser modificadas geneticamente e crescer mais rápido com iluminação artificial. A Internet das Coisas será uma realidade. E o melhor: o teletransporte quântico, sonho de todo mundo que passa horas preso no trânsito, estará sendo testado!
As falhas também farão parte do processo e são importantes para chegar ao resultado final. Essa é a ideia que o pesquisador Samuel West quer passar com o Museu do Fracasso, que inaugurou na Suécia. Ali, o visitante pode conhecer uma série de produtos que não deram certo, como a Coca Cola Blak (sabor café), o Google Glass e até mesmo uma inusitada lasanha congelada lançada pela Colgate, que constatou que era melhor continuar vendendo pasta de dente mesmo. Como diria o visionário Steve Jobs: “tenho tanto orgulho do que nós não fazemos, quanto tenho do que fazemos”.