Caçadores de fake news

26 de março de 2018

Durante as eleições para presidente dos Estados Unidos em 2016, pelo menos 115 notícias falsas a favor de Donald Trump foram compartilhadas 30 milhões de vezes nas redes sociais. Outras 41 a favor de Hillary Clinton alcançaram quase 8 milhões. No meio desse fogo cruzado estavam os eleitores, tentando entender o que era fato e o que era farsa. Os dados de um estudo da Universidade de Stanford mostram como é amplo o desafio de identificar e evitar as fake news, não só naquela ocasião específica, mas entre as milhares de fraudes divulgadas todos os dias. Para ajudar o internauta nesta tarefa, empresas e sites se especializam na função de fact-checking , ou checagem de fatos, em tradução livre.

Considerada uma das pioneiras na função, a organização norte-americana sem fins lucrativos FactCheck.org é uma iniciativa da Universidade da Pensilvânia e surgiu em 2003 como um projeto para engajar os universitários no monitoramento e análise das politicas públicas. O objetivo é ao mesmo tempo ampliar o pensamento crítico dos estudantes e reduzir o nível de decepção e confusão dos cidadãos nesse tema. Começou a ganhar maior projeção em 2008, quando ajudou a desmentir a informação falsa de que o então candidato Barack Obama teria nascido no Quênia e não poderia concorrer à presidência, mas teve também papel ativo nas últimas eleições presidenciais.

O Facebook, muito criticado por ter permitido a veiculação de uma enxurrada de notícias falsas no mesmo período, tenta montar uma rede de fact-cheking global já ativa em cinco países: Estados Unidos, França, Alemanha, Itália e Holanda. A ideia é que agências locais parceiras, todas afiliadas à International Fact-Checking Network, ajudem a combater a propagação das fake news na plataforma social. Os conteúdos sinalizados como fraudulentos aparecerão em pouco destaque no feed de notícias e quem postou ainda receberá uma notificação.

No Brasil, dois sites se destacam pelo esforço permanente de tentar desmascarar as farsas que se espalham pelas redes sociais e podem ser bons pontos de partida para avaliar se o que se está recebendo procede ou não. O Boatos.org, criado em 2013 pelo jornalista Edgar Matsuki, se dedica a apurar e desmentir as fake news, muitas delas sugeridas diariamente pelos internautas. Com maior tempo de estrada, o E-farsas surgiu em 2002 e é coordenado pelo analista de sistemas Gilmar Lopes, registrando da mesma forma pelo menos 150 pedidos de pesquisas por dia.

Se você gostou do assunto, confira o podcast especial que gravamos sobre notícias falsas!

Fonte: Dialogando - Caçadores de fake news Dialogando

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Comentário(s)

  • Tenho feito esse trabalho de sondagem, buscando a veracidade das noticias e assim desmentindo aquelas que são falsas. As duas organizações Boatos.com e E-Farsas são primordial para minhas pesquisas e duvidas assim como a busca nos noticiários para ver as veracidades dos fatos…

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