Era uma vez um casal que se conheceu por um aplicativo de paquera. Uma banda em comum abriu uma conversa, que virou um encontro, que se tornou um relacionamento. Esse é um bom template de história de amor que vai ser contada para gerações seguintes, porque a tecnologia quebrou barreiras para que pessoas muito diferentes se relacionassem. Mas ela também abriu novos espaços para antigos problemas de relacionamento.
Uma pesquisa realizada com psicólogos apontou quais são os novos desdobramentos de atritos entre casais influenciados pela tecnologia que mais aparecem no divã.
Um exemplo contraditório é a questão da comunicação: a internet facilitou muito a comunicação, mas o fato de a maioria das conversas serem escritas, as nuances de um diálogo, como tom de voz e expressão facial, se perdem, abrindo mais espaço para (má) interpretação.
Muitas vezes, enxergamos a distância que os aplicativos de troca de mensagem nos proporcionam como escudo ou arma: para se esquivar de conversas difíceis, porém necessárias, para garantir proteção quando o papo toma rumos complicados.
A individualidade fica comprometida quando você tem acesso a toda a rede on-line do seu parceiro a um dispositivo móvel de distância. Muitas discussões começam porque alguém mexeu no celular ou leu uma conversa privada do companheiro.
A partir daí, o caminho para um ciúme exacerbado é curto. Com as vidas cada vez mais expostas e plataformas que oferecem ferramentas para os vigilantes de plantão, qualquer pequena ação se torna razão para desconfiança: curtir uma foto, reagir a um post, adicionar uma pessoa específica, especialmente se se trata de um ex.
Esses problemas não são causados pelas tecnologias: dificuldade de se comunicar, problemas com privacidade, inseguranças e ciúme exagerado sempre foram questões para a vida a dois e só serão resolvidos quando tratados diretamente. Honestidade e boa comunicação são fundamentais para bons relacionamentos, dentro e fora da internet.