Deepfake: 5 passos para identificar vídeos falsos

14 de fevereiro de 2023

Não dá para negar que a Inteligência Artificial veio para tornar nossa relação com as redes mais divertida quando creators passaram a usá-la para nos fazer rir. Com o auxílio da inovação, o vídeo abaixo coloca o rosto do apresentador Sílvio Santos no lugar do de William Bonner, na bancada do Jornal Nacional.

Deepfake produzida pelo jornalista e digital influencer Bruno Sartori do apresentador Sílvio Santos, do SBT, no lugar de William Bonner, na bancada do Jornal Nacional.

A deepfake – recurso popularizado no país, especialmente ao longo da pandemia pelas criações do jornalista, humorista e influenciador digital Bruno Sartori – já era possível antes da IA, mas de forma muito mais complexa.

Hoje, com a evolução da tecnologia, a técnica é capaz de enganar, com facilidade, qualquer pessoa que esteja ali, de boas, navegando na web. E é nessa hora que a deepfake se torna extremamente perigosa.

Perceba na peça acima, que Sartori não chegou a investir na farsa para enganar o espectador, até porque todo mundo conhece a voz de Sílvio Santos. Mas se ele tivesse buscado encaixar uma dublagem no tom de voz do apresentador, teria sacaneado, facilmente, uma pessoa mais desatenta, e a “notícia” de que Sílvio agora é apresentador do Jornal Nacional já teria viralizado nos grupos de WhatsApp.

Imagens do rosto do presidente da Rússia, Vladimir Putin, usando recursos da deepfake. Reprodução: Gizmodo

Agora, imagine o recurso nas mãos, por exemplo, de grupos políticos que querem confundir um cenário eleitoral ou de alguma pessoa que pretende prejudicar outra, gratuitamente?

Entre as ameaças digitais previstas para 2023 está o uso malicioso das deepfakes, que devem crescer por meio de ataques ideológicos, segundo previsões da CheckPoint, empresa global do setor de segurança digital.

No período eleitoral de 2022, por exemplos, vimos o presidente Lula reclamando do preço da paçoca, e o ex-presidente, Jair Bolsonaro, de short vermelho, sem camisa, dançando o funk “Vai dar PT”, do Mc Rahell. Ambos os vídeos, falsos, viralizaram na internet.

Nem o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, saiu imune dessa. No ano passado, passou a circular nas redes um vídeo em que ele fazia um pronunciamento anunciando rendição às tropas da Rússia.

Dessa forma, fica claro que as deepfakes colaboram com as malfadadas Fake News, e quando a desinformação pode colocar em xeque a democracia, o buraco é mais embaixo, como nós, inclusive, já falamos por aqui.

Se você é capaz de identificar facilmente esses vídeos, ufa! Uma pessoa a menos para a gente se preocupar. Mas, segundo dados de um estudo promovido pela Kaspersky – empresa de segurança digital – três em cada cinco brasileiros simplesmente não sabem da existência desse conceito de manipulação visual e, mesmo quem conhece, admite não reconhecer um vídeo editado com o uso da técnica (71%).

Nesse cenário, quando a farsa perde a graça e pode se tornar perigosa, é hora de aprendermos a identificá-la.

Bora?

Deepfake: 5 passos para identificar vídeos falsos

Rosto da princesa Leia, em Star Wars usando deepfake. Reprodução: Aumanack.

Muita gente diz que a imagem acima conseguiu, inclusive, melhorar o rosto da princesa Leia Organa, de Star Wars, interpretada originalmente pela atriz Carrie Fischer. O resultado é impressionante, por isso, antes de seguirmos com as dicas, confira o processo da criação, no vídeo:

O vídeo mostra cenas da princesa Leia Organa, em Star Wars, interpretada originalmente pela atriz Carrie Fischer em duas versões: a original e a deepfake.

Ainda está achando que nenhuma deepfake é capaz de te enganar?

Então, siga os passos abaixo.

1. Observe a movimentação dos olhos das pessoas nas deepfakes

As deepfakes quase sempre tiram a naturalidade das pessoas que protagoziam esses vídeos falsos. Por isso, fique atento ao olhar: se o personagem não piscar ou passar grandes intervalos sem piscar os olhos, é possível que o conteúdo seja falso.

2. Observe a movimentação da boca dos personagens

A boca quase sempre entrega uma deepfake. Perceba se há sincronia entre o que a pessoa está falando e a maneira como seus lábios estão se movendo. No primeiro sinal de assincronia, cuidado. Não compartilhe, porque pode ser algum conteúdo malicioso.

3. Atenção às emoções

Já percebeu que quando os apresentadores de telejornais estão dando uma notícia triste, o semblante deles se mantém mais sério e, quando a notícia é alegre, a expressão é de leveza, mais sorridente? Isso vale também para identificar as deepfakes.

Avalie se o contexto e o que a pessoa está dizendo têm relação com sua expressão facial. Se não houver, a probabilidade de o vídeo ser falso é grande.

4. Inconsistências na cor das imagens

A deepfake costuma entregar uma imagem mais focada no rosto da pessoa, o que quase sempre gera desníveis consideráveis entre o tom da pele, da face e outras partes do corpo.

Vale estar atento também a eventuais problemas na iluminação, que podem provocar sombras e reflexos no vídeo, prejudiciais à nitidez da peça. Essas características podem entregar a fraudulência do material.

5. A qualidade do áudio nas deepfakes

Ruídos e falhas no áudio de vídeos falsos podem ser comuns, especialmente porque quem os cria quase sempre dá mais valor aos aspectos visuais do que sonoros, brecha que pode ajudar bastante na identificação de montagens.

Por isso, se houver barulho ao fundo em excesso e aquela falta de sincronia entre os lábios e a fala, que falamos acima, não compartilhe. Você pode estar diante de um conteúdo mal-intencionado.

Vídeo em que o o jornalista e influenciador digital, Bruno Sartori, faz uma montagem do rosto do presidente Lula sobre o rosto da cantora Mariah Carrey.

Nós, aqui do Dialogando, enquanto entusiastas da tecnologia – mas também da educação digital – só gostaríamos mesmo que recursos de IA pudessem entrar em cena para nos fazer rir, como no vídeo acima, em que o presidente Lula vira, por alguns segundos, a cantora Mariah Carrey.

Por isso, se você, assim como a gente, reconhece a importância das pessoas aprenderem a identificar as deepfakes, compartilha este post!

Fonte: Dialogando - Deepfake: 5 passos para identificar vídeos falsos Dialogando

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