Responda rápido: Seu nude caiu na net. O que você faz?
Do inglês nude que significa Nu, o termo “nudes” vem ganhando grande repercussão nas redes sociais nos últimos tempos. Durante anos, a maioria das vítimas de pornografia de vingança (a tal revenge porn em inglês) – pessoas que tiveram suas fotos nuas compartilhadas on-line sem permissão – basicamente, não poderiam fazer nada sobre isso. O poder dessas “imagens proibidas” é tão forte que em poucos minutos um único corpo pode ser visto, comentado e compartilhado por milhares de internautas.
Pesquisa realizada pela SaferNet e Vivo (GVT) em 2013 com 2834 jovens brasileiros revelou que 24% diz já ter namorado ao menos uma vez pela Internet e, dentre estes, 44% já o fez mais de 2 vezes. Já 20% dos entrevistados afirmaram que já receberam conteúdos de sexting e selfie com nudez e 6% reenviou essas imagens a outras pessoas. 68% dos participantes afirmaram ter ao menos 1 amigo que só conhece pela Internet.
Foi por isso que Microsoft e Google — que operam dois dos maiores motores de busca na web — finalmente disseram “chega!”
A Microsoft lançou recentemente um novo site, no qual as pessoas podem denunciar conteúdo impróprio e pedir a sua remoção dos resultados de pesquisa do Bing, bem como Onedrive e Xbox Live.
Já o Google, tem trabalhado para enfrentar e reprimir a pornografia de vingança, ou conteúdo sexualmente explícito publicado sem a permissão dos envolvidos.
E se fosse uma imagem sua? O que você faria? Em casos de exposição indesejada recomenda-se que a vítima procure o site ou blog em que a imagem foi publicada e peça sua remoção. Se a vítima for menor de idade, é crime de pornografia infantil e pode ser denunciado diretamente a SaferNet.
Mas para que isto não aconteça, o jeito é cuidar bem dos seus arquivos e dados online, tomar cuidado com as redes públicas de Wi-Fi, usar uma assistência técnica confiável ou até a criptografia — fazer com que os seus dados sejam “embaralhados” e só possam ser vistos ordenados corretamente por quem possui a senha.
Confira alguns indicadores da Helpline da SaferNet Brasil
Em 9 anos de funcionamento da HelpLine, a SaferNet Brasil ajudou 11.443 pessoas em 24 estados.
O maior número de casos recebidos pelo serviço continua sendo imagens de nudez e sexo compartilhadas sem consentimento (Nudes), foram 322 casos.
O número de casos envolvendo compartilhamento de imagens de nudez e sexo sem consentimento aumentou 43.75% em relação a 2014.
Veja a evolução e o aumento dos casos de nudes ao longo dos anos.
2007 – 5 casos
2008 – 29 casos
2009 – 36 casos
2010 – 25 casos
2011 – 46 casos
2012 – 48 casos
2013 – 101 casos
2014 – 224 casos
2015 – 322 casos
Gênero
Feminino – 240 (74,5%)
Masculino – 80 (24,8%)
Não identificado – 2 (0,7)
Faixa etária
10 a 12 anos – 5 (1,55%)
13 a 15 anos – 24 (7,45%)
16 a 17 anos – 46 (14,3%)
18 a 24 anos – 107 (33,2%)
acima de 25 anos – 137 (39,5%)
Não- classificados – 13 (4%)
Ambientes onde os nudes foram compartilhados:
Whatsapp – 71 (22%)
Facebook – 64 (20%)
Instagram – 6 (1,9%)
Secrets – 2 (0,62%)
Tumblr – 2 (0,62%)
Twitter – 1 (0,42%)
Outros serviços de relacionamento – 13 (4%)
Outros serviços de compartilhamento – 19 (6%)
E-mail – 6 (1,9%)
Sites de jogos – 2 (0,62%)
Outros – 42 (13%)
Não identificado – 94 (29%)
Total – 322
Veja algumas das campanhas SaferNet sobre o tema:
Boa repercussão nas redes sociais
*A palavra sexting é a junção de dois termos em inglês: sex (sexo) e texting (envio de mensagens). O termo – que já ganhou até definição no dicionário -resume o compartilhamento, via celular, de textos ou imagens de cunho sexual, mas passou a englobar também conteúdo exposto na internet.
*Crédito imagem: Unicef