Como lidar com a ansiedade durante a quarentena?

8 de abril de 2020

Durante as últimas semanas, a recomendação da OMS e dos principais órgãos de saúde do Brasil e do mundo é de que as pessoas permaneçam em casa para evitar a contaminação pelo novo coronavírus. A medida, chamada de quarentena, visa diminuir a disseminação do vírus evitando que pessoas do grupo de risco sejam contaminadas – idosos, pessoas com doenças crônicas e problemas respiratórios.

No entanto, o isolamento social pode ser um gatilho para pessoas que possuem ansiedade e transtorno depressivo. A falta de interação com outras pessoas, a ausência de rotina, a incapacidade de mudar e controlar a situação e as notícias em relação ao tema podem ser agravantes em pessoas que já possuem transtornos ou ainda estimular a ansiedade em pessoas que não possuem esse diagnóstico.

A psicóloga Ana Carolina Del Nero vem atendendo seus pacientes via videoconferências. Para Ana, manter contato psicológico é tão importante agora quanto era antes do isolamento. Além de ser uma pessoa para conversar e desabafar, os psicólogos podem aconselhar de maneira profissional em momentos de crise e dar dicas de como aproveitar e dividir melhor o tempo em casa.

Perguntada sobre como a crise causada pelo novo coronavírus pode influenciar a saúde mental das pessoas, levando a crises de ansiedade e intensificando transtornos depressivos, Ana afirma que:

“A pandemia em si já provoca uma sensação generalizada de incerteza e insegurança. Somado a isso, nesse momento, para nos protegermos e cuidarmos da nossa saúde, precisamos nos distanciar do convívio social, o que gera um dilema, já que esse é um momento que precisamos de amparo social e precisamos compartilhar o que está acontecendo. Essa conjunção de fatores somam uma situação de extrema incerteza e o principal fator para nos sentirmos mais acolhidos e seguros, que é o contato humano, fica dificultado, o que aumenta ainda mais a sensação de medo e incerteza ”.

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A tecnologia como janela para o mundo

Ana Carolina afirma que a internet e as redes sociais “[…] vêm sendo nossa janela para o mundo exterior. É interessante perceber como as pessoas estão repensando sua forma de estar na internet, de compartilhar coisas na rede, para que esse seja um lugar de criar conexões e relações em tempos de isolamento”.

A internet em si, além de servir como disseminadora de notícias confiáveis, possibilita que serviços diversos — como entretenimento, aplicativos de exercícios, aulas e cursos on-line — nos mantenham ativos, produtivos e em contato com amigos e familiares, ajudando a diminuir a sensação de isolamento e afastamento do mundo externo.

Amanda Ramalho, podcaster que vem debatendo sobre saúde mental há alguns anos no Esquizofrenoias, aproveitou a quarentena para ressaltar a importância de falar sobre saúde mental. Com a ajuda de profissionais e outras pessoas influentes, Amanda trata de problemas, dúvidas e tabus sobre ansiedade e depressão com uma linguagem acessível e interessante. “A gente vai ter que reaprender a viver. Estamos todos passando pelas mesmas coisas, e conectados parece ser menos duro”, comenta Amanda.

Afinal, como lidar com a ansiedade?

Por conta da quarentena, diversas empresas implementaram o home office – trabalho remoto que pode ser realizado em casa. Somando isso à recomendação de permanecer em casa, mesmo no tempo livre, nossa rotina diária precisou sofrer alterações. O caminho para o trabalho ou faculdade, por exemplo, podem se transformar em horas ociosas ou uma oportunidade para criar novos hábitos.

Incorporar exercícios físicos e meditação nesses períodos livres pode ajudar na saúde mental, além da saúde física.

“Eu faço exercícios assim que eu acordo. Em um dia faço uma hora de alongamento, outro faço abdominais. Uso um aplicativo, que encontrei por curiosidade, para abrir espacate! Está me ensinando e ajudando a me exercitar”, finaliza Amanda.

É importante também continuar a rotina de cuidados com a saúde mental. Se você já fazia terapia, consulte seu psicólogo sobre a possibilidade de o atendimento ser realizado via videoconferência. Caso não esteja se consultando atualmente, é uma oportunidade para começar, já que muitos profissionais da área de saúde mental estão oferecendo atendimento on-line. A plataforma Relações Simplificadas – focada em psicologia e saúde mental – está disponibilizando gratuitamente sessões individuais de até 30 minutos com diversos terapeutas.

Além disso, psicólogos sugerem que as pessoas reduzam a exposição às notícias, ocupem a mente com atividades saudáveis, mantenham pensamentos positivos e cuidados pessoas, além de usar a tecnologia para se conectar com as pessoas, reforçando assim que o isolamento é físico, mas não emocional.

A quarentena pode ser um desafio para muitas pessoas, mas a tecnologia, utilizada de forma consciente e responsável, pode ser uma grande aliada neste momento, seja por aplicativos de mensagens ou videoconferência, para se manter em contato com amigos, familiares e psicólogos. Como você está lidando com a ansiedade neste momento? Compartilhe com a gente 🙂

Fonte: Dialogando - Como lidar com a ansiedade durante a quarentena? Dialogando

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