Desde a criação da Lei Maria da Penha, em 2006, que torna mais rigorosa a punição para agressões contra mulheres, os números de ocorrências vêm aumentando cada vez mais no Brasil.
Porém, a violência contra as mulheres não é só física. Segundo a lei, outros tipos de abuso contra a mulher também se enquadram, tais como: violência patrimonial, sexual, física, moral e, principalmente, violência psicológica.
Dora Figueiredo, Youtuber e Influenciadora Digital, divulgou um vídeo em seu canal onde conta sua experiência pessoal com relacionamento abusivo.
No vídeo, Dora faz um alerta para todas as outras mulheres falarem sobre o assunto, procurarem ajuda e não se calarem diante de uma situação como essa.
Em entrevista para o Dialogando, Dora reforça a importância de mulheres se abrirem e falarem sobre isso. “Eu acho importantíssimo as mulheres falarem sobre seus abusos. Quando começamos a falar, vemos que outras pessoas passaram pela mesma coisa. Com pessoas diferentes, em outro Estado ou em outro país. Então a gente vive a mesma violência e, se a gente não conversar, não saberemos que é uma violência.”
Em fevereiro deste ano, o Datafolha, a pedido do Fórum de Segurança Pública, ouviu mais de mil mulheres sobre casos de violência contra a mulher. Cerca de 42% das entrevistadas disseram que já sofreram agressões dentro de casa.
A pesquisa também identificou os principais perfis de agressores, que em sua maioria são cônjuges e namorados, representando quase 24% dos casos.
O movimento #MeToo
A Youtuber relembra os efeitos que o movimento #MeToo (que significa “Eu também”), que começou nos Estados Unidos em outubro de 2017, com atrizes que começaram a denunciar os abusos dos quais foram vítimas.
“Eu acho que nós estamos conseguindo falar muito mais abertamente depois do #MeToo. É muito importante falar dos assédios, dos abusos e das violências que as mulheres sofrem. Elas são constantes e são muito parecidas no mundo inteiro.”
A visibilidade que as mulheres trazem umas às outras com esse tipo de movimento também é muito importante e, além disso, pode despertar a questão em outras pessoas que estejam passando por algo semelhante, mas não sabem disso.
“Se uma pessoa famosa falar sobre um caso que ela passou, é uma coisa que mostra que ninguém está isento disso, de viver algo assim. Você não está isento de passar por uma violência, na verdade isso é muito comum.”
Como a tecnologia pode ajudar mulheres em um relacionamento abusivo?
A psicóloga Priscila Ferraz, pós-graduanda em Psicodrama pela Associação Brasileira de Psicodrama e Sociodrama (ABPS), comenta que o acompanhamento psicológico é essencial nesse tipo de caso, mas que a tecnologia também pode ser uma ferramenta muito importante no processo de tratamento de mulheres que passam por essa situação.
“Quando alguém está vivendo em um relacionamento abusivo, ela tende a se isolar do resto do mundo. Existe um trabalho a ser feito para que as mulheres consigam falar sobre isso.
A internet pode ajudar nesse processo, aproximando mulheres para que elas possam compartilhar relatos e formar uma rede de apoio, por exemplo. Isso pode ser uma forma para ela encontrar forças e entender que ela não está sozinha.”
Organizações e redes de apoio para mulheres
O Ministério Público do Estado de São Paulo (MPSP) elaborou a Cartilha #NamoroLegal com dicas simples e práticas sobre relacionamentos, para ajudar outras mulheres a reconhecerem os sinais de que estão em um relacionamento abusivo.
Além disso, instituições como a ONU Mulheres, o Instituto Avon, o Instituto Maria da Penha e o próprio MPSP, através de projetos como o Projeto Acolher, Projeto Instruir, por meio do GEVID – Grupo de Atuação Especial de Enfrentamento à Violência Doméstica, campanhas nas redes sociais como a “ElesporElas”, promovida pela ONU, têm um importante trabalho social para reduzir os índices de violência e promover a conscientização de cada vez mais pessoas.
Por fim, Dora é enfática quanto ao debate e à visibilidade dada aos casos de relacionamento abusivo. “Quanto mais a gente falar sobre o assunto, mais a gente vai saber evitar […] Porque, se você sabe o que é um relacionamento abusivo, você consegue ter um relacionamento saudável.”
É muito importante sempre abordar esse assunto, pois muitas mulheres sofrem esse tipo de violência abusiva, e não conseguem enxergar uma porta de saída, quando temos informações através das mídias, e amigos dispostos a ajudar, é mais fácil sair dessa triste situação.
Oi, Juliana! Estimular o debate e falar sobre isso com parentes e amigos próximos pode ajudar – e muito, mulheres que passam por esse tipo de situação. Obrigado pelo seu comentário!
super precisamos colocar em pauta esse assunto. pra que todas nós possamos cuidar umas das outras!
Oi, Aline! Neste momento, cuidar e estar ao lado de quem precisa é o mais importante.