A primeira tentativa de criar a internet nasceu no final dos anos 60 conectando duas instituições de ensino superior nos Estados Unidos. A Universidade da Califórnia, em Los Angeles, e o Instituto de Pesquisas de Stanford. Mal sabiam que ocasionariam mudanças na educação globalmente.
Era uma encomenda do Departamento de Defesa com objetivos militares, mas se tornou um sistema de computadores capaz de promover a troca de conhecimentos de alto nível. Deu certo! E a rede mundial de computadores tornou-se essencial no mundo acadêmico.
Juventude Conectada
No entanto, quase meio século depois, o entretenimento e as relações sociais colocaram a educação em segundo plano. O Juventude Conectada – um estudo realizado pela Fundação Telefônica, em parceria com o Ibope Inteligência e com o Instituto Paulo Montenegro – descobriu que os jovens brasileiros têm usado menos a internet para aprender.
“As atividades de educação, aprendizagem e treinamento foram as que registraram os índices mais consideráveis de queda no uso das ferramentas on-line. Também houve impacto pelo novo perfil de acesso dos jovens internautas”, diz o relatório.
“Enquanto em 2013, 86% dos jovens diziam usar a internet para pesquisas escolares, em 2015 esse percentual despencou para 59%”. O levantamento mostra ainda que 41% dos jovens brasileiros conectados nunca usam a internet para estudos e trabalhos escolares ou acadêmicos. Um em cada quatro diz que faz pesquisas para a escola mais de uma vez ao dia, diariamente ou quase diariamente.
O estudo sugere ainda que há uma redução no entusiasmo dos jovens quanto à construção de uma carreira profissional bem remunerada e que traga conhecimento.
“Especialmente entre os jovens das classes C e D, o ensino superior não é mais percebido como garantia de bons empregos na área de formação, embora eles o reconheçam como uma etapa necessária”, acrescenta o Juventude Conectada.
Aplicativos
Por exemplo, os aplicativos educacionais ocupam o terceiro lugar no ranking da Apple Store, com cerca de 10% de todos os downloads, menor apenas que jogos e aplicativos de produtividade, como agendas inteligentes e aqueles que ajudam a organizar as tarefas do dia a dia.
Além disso, eles não envolvem os jovens de maneira tão intensa quanto os jogos e aplicativos de comunicação, como o WhatsApp. “E ainda são usados com menos frequência e mais rapidamente abandonados em relação aos aplicativos de notícias, redes sociais, jogos e previsão do tempo”, diz Luciano Meira, doutor em educação matemática pela Universidade da Califórnia, em Berkeley.
Por que esse desinteresse?
Para Meira, não se trata de uma única razão. Ele lembra que seis estados brasileiros proíbem o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos nas escolas públicas ou privadas. “Há problemas com essa abordagem. Ao subtrair o acesso à cultura de mídias, perpetuamos uma escola cega às modalidades de engajamento social. Alienamos os modos de aprendizagem próprios das crianças e jovens”, afirma o professor.
Diferentemente do mundo fora da escola, o mundo real da escola aliena os artefatos e atividades da cultura digital na qual os alunos são nativos e hiperconectados, em favor de uma cultura didática fundada em práticas anacrônicas de ensino”.
Segundo ele, é preciso renovar a atuação pedagógica com a inclusão da cultura digital e da inovação tecnológica na educação. “Essas dimensões são articuladas no que denomino uma pedagogia de bits. O propósito é contribuir para o desenho de um projeto inovador de educação com foco na cultura digital”, diz Meira.
“Essa nova pedagogia envolve práticas centradas na criação de experiências imersivas em plataformas digitais de aprendizagem; redes sociais centradas no diálogo. Práticas didáticas inovadoras por meio do uso de aplicativos móveis; e inteligência educacional derivada da informação gerada pela imersão dos sujeitos em plataformas, redes e aplicativos”. Parece complicado? O segredo está em torná-la fácil para quem a usa. E isso vale também para a educação.
Proibir pura e simplesmente algo que pode e deve tornar-se útil e inovador, que aliás é o que os estudantes atuais desejam, é fechar os olhos a essa realidade. Vejo que esta atitude está muito mais relacionada à lei do menor esforço onde “educadores” negam-se a adicionarem mais esta ferramenta a seu cabedal de meios disponíveis para atingir seu objetivo que é a transmissão da informação, para a formação educacional desse público, os estudantes.
Luiz, é muito importante mantermos esse diálogo a fim de encontrar caminhos que integrem a educação às novas tecnologias, tornando-as disponíveis para que os professores garantam o melhor ensino para seus alunos!
A TECNOLIGIA FAZ PARTE DA EVLUÇÃO MUNDIAL MAS…..COM MUITA CALTELA, MODERAÇÃO E DISCIPLINA
E muito diálogo também, Antonio!
Estamos engatinhando, mas é preciso persistir.
Com certeza, Lucia! Aos poucos e sempre dialogando ?