Educação na era da cultura digital

14 de setembro de 2018

A cultura digital e as formas colaborativas de trabalho são elementos fundamentais da realidade dos jovens brasileiros. São esses elementos que estimulam o desenvolvimento de uma cultura empreendedora entre eles.

Este prognóstico é apresentado na edição especial Empreendedorismo da pesquisa Juventude Conectada, produzida pela Fundação Telefônica Vivo em parceria com o Ibope Inteligência.

O sistema educacional no Brasil, entretanto, de acordo com o estudo, não favorece a autonomia dos indivíduos, causando entraves ao processo formativo dos profissionais do futuro.

Conforme aponta o levantamento, o empreendedorismo não é necessariamente relacionado pelos jovens à abertura de um novo negócio, mas diz respeito fundamentalmente a uma atitude particular diante do trabalho e da vida.

Uma das palavras-chave desse quadro é a tecnologia. Mais de dois terços dos jovens que participaram da pesquisa acreditam que a era da informação contribui para agilizar os processos relacionados à cultura empreendedora.

A educação formal, infelizmente, segue em sentido oposto – o que atravanca a formação desses jovens para as demandas do futuro.

“É preciso pensar em quais competências estão sendo desenvolvidas no jovem em relação às necessidades que o futuro vai apresentar”, defende Americo Mattar, diretor-presidente da Fundação Telefônica Vivo.

Mattar argumenta que as escolas hoje privilegiam demasiadamente a preparação de competências estritamente cognitivas, oferecendo aulas que não desenvolvem capacidade crítica ou interação, por exemplo. “A escola precisa desenvolver crítica, relações entre pessoas e colaboração, no lugar de competitividade”, avalia.

De acordo com Mattar, o futuro exigirá cada vez mais competências como criatividade, trabalho em equipe e planejamento e organização – habilidades humanas demandadas em um mundo cada vez mais tecnológico.

Tecnologias como fim e como meio

O desenvolvimento tecnológico acelerado cria, a um só tempo, essa nova cultura hiperconectada dos jovens nascidos após a revolução digital e uma massiva crise na educação mundial, conforme salienta Vanderlei Martinianos.

“A educação precisa sair de sua fase infantil e amadurecer, usando ferramentas de engenharia e de futurismo”. diz o especialista em engenharia da educação e criador em Paris da École 42 – uma instituição de ensino voltada à formação de jovens profissionais digitais.

Renato Janine Ribeiro, professor de Ética e Filosofia Política da Universidade de São Paulo e ex-ministro da Educação (2015), reconhece que o Brasil ainda enfrenta grandes dificuldades – como a falta de acesso rápido à internet nas áreas rurais, por exemplo.

Mas destaca que o uso de ferramentas tecnológicas no ensino formal não deve privilegiar plataformas de conteúdo didático ou paradidático, mas uma comunicação ampla com o mundo exterior.

“Assim, o estudante fica sabendo o que está acontecendo nos costumes, o que está mudando, quais são as oportunidades. Sem espaço de abertura para o mundo, a aventura educativa fica seriamente limitada.”

Fonte: Dialogando - Educação na era da cultura digital Dialogando

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Comentário(s)

  • Sabe-se que as ferramentas tecnológicas, não faz parte do cotidiano de muitos alunos, pois neste período epidemiológico, foi alarmante o número de estudantes que não tiveram acesso as aulas remotas, devido ao fato de não terem acessibilidade e aos aparelhos digitais.

Newsletter

Receba nossas notícias e fique por dentro de tudo ;)

Nós utilizamos cookies para melhorar sua experiência em nosso site. Se você continuar navegando, consideramos que está de acordo com a nossa Política de Privacidade.

Telefonica