Os aplicativos de mensagens instantâneas transformaram a dinâmica de comunicação entre as pessoas. Por essa razão, em um contexto onde dados pessoais ganharam a mesma importância de dados bancários, por exemplo, o vazamento de dados e o roubo de informação se tornaram assuntos que, agora, fazem parte do debate sobre privacidade online e segurança digital.
Para falar sobre isso, convidamos dois especialistas no assunto: Guilherme Guimarães, que atua na área de Direito Digital e é especialista em Segurança da Informação pela Universidade Latino-Americana de Tecnologia, e Waldo Gomes, diretor de Marketing e Relacionamento da NetSafe Corp.
O que torna um aplicativo de mensagens seguro?
Para Guilherme Guimarães, um aplicativo de mensagens pode ser considerado seguro quando possui uma configuração para as mensagens se autodestruírem depois de um determinado período, além da opção de pré-visualização de arquivos recebidos antes de serem baixados pelo usuário no dispositivo.
Mas o que torna um aplicativo mensageiro seguro, de fato, é a criptografia de ponta a ponta.
O que é criptografia de ponta a ponta?
A criptografia de ponta a ponta é um sistema de decodificação das mensagens, onde somente os participantes de uma conversa têm acesso a elas.
Ou seja, quando a mensagem é enviada de um dispositivo, ela só é decodificada quando entregue ao destinatário. Fizemos um guia com tudo o que você precisa para não se perder nessa conversa de criptografia de ponta a ponta, olhe só:
As desenvolvedoras podem ter acesso às mensagens dos usuários?
De acordo com Guilherme Guimarães, o acesso aos dados armazenados nas conversas pelas empresas revela violação da garantia constitucional à intimidade e à vida privada.
“Somente mediante autorização judicial devidamente motivada será possível ter acesso às mensagens, nos termos do art. 10, parágrafo 2º, do Marco Civil da Internet”. Portanto as empresas que acessarem as mensagens privadas sem autorização judicial ficam sujeitas a serem advertidas, ao pagamento de multa de até 10% do faturamento do grupo econômico no Brasil, suspensão temporária das atividades ou até a proibição de exercerem seu negócio no país.
Como se proteger ao utilizar?
A dica principal é não encarar os dispositivos móveis como simples smartphones. Apesar de serem usados no âmbito pessoal, esses aparelhos possuem informações importantes e, por isso, precisam ser tratados com o máximo de segurança possível.
Criar senhas fortes, atualizar os sistemas operacionais e aplicativos e optar pela autenticação por duas etapas – o sistema token, por exemplo –, são ótimas formas de se proteger!
Entre os “mensageiros” mais famosos, o WhatsApp já oferece o recurso de proteger a abertura do aplicativo ou as conversas com senha, além de também oferecer a opção de autenticação em duas etapas.
No caso do Telegram, é possível bloquear o app com senha ou criar um “Chat Secreto”, que se autodestrói após um determinado tempo, evitando que a conversa fique armazenada, além de impossibilitar que outros usuários possam tirar print screen da tela, por exemplo.
Afinal de contas, os aplicativos mensageiros são seguros?
É possível notar que hoje temos mais opções nas lojinhas de aplicativos quando o assunto é app para comunicação, e o critério de escolha é segurança e proteção.
Portanto na hora de escolher o melhor aplicativo para atender às suas necessidades. Leve em consideração se ele possui esses tipos de proteção: verificação por duas etapas, criptografia de ponta a ponta, chats protegidos por senha ou que não armazenam os dados em nuvem.
Todo cuidado é pouco, então ser cuidadoso na hora de compartilhar informações nos aplicativos de mensagens é o mais importante. Além disso, outra sugestão é ficar ligado nas permissões de aplicativos.
E aí, você já utiliza algum desses aplicativos? Conte pra gente nos comentários! 🙂