Namoro online na terceira idade: dicas para romances sem traumas

3 de outubro de 2023

Idade não é nada, disposição é tudo! Por isso o namoro online na terceira idade só cresce e já era tempo, não é mesmo? Foi-se o tempo em que os 60+ ligavam seus dispositivos eletrônicos só para buscar novas receitas de bolo ou jogar Paciência.

O flerte virtual entre o grupo vem se popularizando desde os períodos de reclusão da pandemia. Os matches iniciados em sites e aplicativos muitas vezes migram para a esfera real, mas a paixão em rede requer cuidados adicionais porque esse tipo de interação é um terreno perfeito para gente mal-intencionada.

Confira a história a seguir.

O senhor José tinha perdido a esposa há um ano. Conheceu uma mulher em um app de relacionamento em São Vicente, litoral paulista. O encontro, iniciado na plataforma, rendeu um presencial que prometia ser super-romântico, daqueles à luz de velas.

Ela preparou um jantar e ofereceu um refrigerante cujo gole lhe rendeu algumas perdas: o celular, cartão e as chaves dele. Tudo isso porque ela colocou uma substância na bebida que, em poucos minutos, deixou o sr. José desacordado.

Esse é o tipo de situação mais comum no namoro online na terceira idade? Não é, não. Mas para que não aconteça, requer alguns pontos de atenção.

Por isso, para que a chama da paixão não se apague e você não precise desinstalar seus apps de relacionamento como fez o sr. José, depois desse trauma, fique atento às dicas a seguir!

Namoro online na terceira idade: o “londrino” da mala

#PraTodosVerem: fotografia colorida de uma mala roxa próxima ao portão de embarque de um aeroporto.

Um golpe arquitetado por um ano. Uma moradora de Araçatuba (SP) conheceu uma pessoa em um aplicativo. Conversaram por mais de um ano pelo WhatsApp, mas esses encontros nunca aconteceram por vídeo.

O homem (se é que era homem mesmo!) dizia que nasceu em Londres, mas tinha um sonho: morar no Brasil.

De repente, ele disse que iria enviar uma mala para o país e pediu o endereço dela. Ela até tentou alguma medida de segurança: pediu uma foto da sua identidade. Ele encaminhou, e as malas foram, então, “enviadas” para o endereço.

Dias depois, uma suposta funcionária do aeroporto de Guarulhos (SP) entra em contato com ela dizendo que a retirada implicaria no pagamento de uma taxa de R$ 2.950.

Sem pensar muito, a vítima deposita o dinheiro, mas o pedido por valores não para por aí. A “funcionária” solicita novo pagamento, de R$ 9.680, agora sob o argumento de que a mala continha muito dinheiro.

Enfim, desconfiada, ela procura a polícia.

O que aprendemos com esse caso?

a) Que um documento recebido não quer dizer nada. Quem está na má intenção pode, com facilidade, cometer falsificações.

b) Um relacionamento iniciado há mais de um ano sem o contato por câmeras requer atenção especial. Por que, afinal, isso nunca aconteceu?

c) Em absolutamente nenhuma hipótese é possível naturalizar que haja despesas ou pedidos de dinheiro para favorecer um pretendente em uma relação amorosa em que as pessoas, de fato, nem se conhecem.

d) A vítima, provavelmente apaixonada, pode até ser bacana. Mas se esqueceu de que o namoro online na terceira idade requer os mesmos cuidados que no mundo físico, afinal, é necessário “confiar desconfiando”.

Namoro online na terceira idade: um romance de cativeiro

#PraTodosVerem: fotografia de uma sala de estar vazia, sem móveis e em mau estado. Na janela há uma cortina, de onde entra a luz do sol.

No ano passado, uma imersão amorosa iniciada pelas redes rendeu momentos de horror a um senhor de 65 anos que foi feito refém por horas por um grupo de criminosos.

A isca foi uma adolescente, que se passou por maior de idade. Tudo começou quando ele marcou um encontro em sua própria casa. A jovem golpista chegou no horário combinado (19h), mas “percebeu” que tinha esquecido o celular em casa e, “preocupada com a mãe”, disse que precisava buscar o aparelho.

Ela pede para que ele a acompanhe até “sua casa”, mas, surpresa: a casa era, na verdade, um cativeiro. Chegando lá, ele é rendido por três homens e passa a receber ameaças.

A filha da vítima percebeu uma movimentação de valores suspeita em um app de compras e a partir dali começou a rastrear o celular do pai. Ao acionar a polícia e chegar ao local, a adolescente foi encontrada com os documentos e cartões do senhor.

Nesse cenário, o que podemos aprender com esse crime?

a) Que em hipótese alguma podemos receber pessoas que não conhecemos com profundidade em nossas casas. Por isso recomenda-se que os primeiros encontros aconteçam em locais públicos e sempre com o conhecimento de pessoas de confiança.

b) Quase sempre o relacionamento virtual iniciado em aplicativos une os envolvidos a outras redes: Instagram, Facebook… Nessas plataformas, você pode conferir se há movimentações que entreguem pessoas próximas de seu pretendente, como amigos e familiares, ou que mostrem locais que ele frequente.

c) Ainda que relacionamentos com pessoas muito jovens sejam possíveis, esses casos merecem atenção. Ninguém quer dizer que pessoas mais velhas deixam de ser atraentes, mas a ordem mais natural das coisas é que jovens se identifiquem com pessoas de idades semelhantes.

Estelionato sentimental: qual sua relação com o namoro online na terceira idade?

Você percebeu que os três casos trazidos acima têm um único objetivo: a obtenção de vantagens para uma só pessoa? Na seara do romance, essa prática já tem um nome: estelionato sentimental.

A tática se dá quando um dos parceiros se aproveita da confiança conquistada buscando obter unilateralmente vantagens econômico-financeiras às custas do outro. Cria-se a ilusão de um relacionamento embalado por atenção e afeto, a vítima apaixonada acredita e cede o que não deveria – a menos que essa história já tivesse provas o suficiente de que empréstimos de valores não estariam por trás de tentativas de golpe.

Por isso o estelionato sentimental deve ser analisado sob a ótica cível e penal, já que a conduta é tipificada como crime descrito no Artigo 171, do Código Penal, como “o ato de obter para si ou para outrem vantagem ilícita, em prejuízo alheio, induzindo ou mantendo alguém em erro, mediante artifício ardil, ou qualquer outro meio fraudulento”.

A pena para o crime é reclusão de um a cinco anos, além de multa.

Dicas valiosas para viver o namoro online na terceira idade

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um casal da terceira idade. A senhora está sentada, sorrindo, com as mãos no rosto, enquanto recebe um beijo na face de seu parceiro.

Separamos dicas para que você se apaixone com tranquilidade nas redes em dois eixos. Confira!

Começando a conversar

  • Preste atenção a eventuais repetições. Se o seu suposto affair perguntar qual é seu tipo de música favorito e depois de alguns dias perguntar de novo, pode ser um sinal de que ele está interagindo com muitas pessoas ao mesmo tempo e se atrapalhando com as informações de investida de golpe.
  • Prefira usar o recurso do anonimato a seu favor. Cadastre-se com um apelido e não informe de imediato dados pessoais como nome, profissão e cidade em que mora.
  • Após alguns contatos no chat, sugira um bate-papo por chamada de vídeo. Com o recurso, você poderá saber, ao menos em parte, se a pessoa é a mesma das fotos e se tem aquelas características.
  • Jamais compartilhe fotos e vídeos íntimos. Os registros podem ser usados para coagir você se caírem nas mãos de pessoas erradas.
  • Não transfira dinheiro para alguém em hipótese alguma, mesmo se a justificativa for muito convincente. A pessoa do outro lado pode não chegar a pedir ajuda financeira, mas talvez, por empatia, você se sinta compelido a oferecer ajuda ou empréstimo, dada a dramaticidade do relato. Aliás…
  • Desconfie de histórias com elementos dramáticos demais, que, de repente, tomaram a vida de sua paquera de surpresa: a doença grave de um filho, um assalto com roubo de dinheiro, um acidente de trânsito com feridos, um sequestro com pedido de resgate. Em geral, golpistas inventam histórias com esse tipo de enredo para obter vantagens financeiras das vítimas – há casos em que enviam até fotos reais, de situações que aconteceram no passado, ou de registros que encontraram na internet mesmo.  

Os primeiros encontros

  • Já falamos, mas é sempre bom repetir. Quando marcar os primeiros encontros, escolha locais bem movimentados. Quando já estiver na presença da pessoa, compartilhe com alguém de sua confiança sua localização – é bom que ela saiba que seus conhecidos podem te localizar a qualquer momento.

  • Cuide do que eventualmente estiver consumindo nesses encontros: não abandone copos de bebida quando se ausentar, por exemplo, para ir até o banheiro.

  • Não aceite carona na ida ou na volta.

Vantagens de um relacionamento amoroso na terceira idade

Não há quaisquer dúvidas de que se relacionar faz bem. E isso, em qualquer fase da vida.

Ora! Na chamada melhor idade, em que já não se há tanta responsabilidade pelos filhos, e quase sempre se tem mais tempo livre para poder curtir a vida, os casos listados acima servem como mero alerta, afinal, a rede está cheia de gente madura querendo viver romances de verdade, com parceria, afeto, amizade e muito carinho.

O namoro na terceira idade, aliás, traz uma série de vantagens e benefícios para o bem-estar físico, mental e emocional. Conheça e não fique fora da oportunidade de ser feliz!

Companheirismo e companhia: oferece a oportunidade de ter um companheiro para compartilhar experiências, atividades e conversas, o que pode ajudar a combater a solidão e proporcionar uma sensação de pertencimento.

Melhora na saúde mental e emocional: muitos estudos mostram que estar em um relacionamento amoroso pode levar à melhora do quadro de saúde mental e emocional, no todo.

Atividade social e engajamento: o namoro na terceira idade pode incentivar a participação em atividades sociais e a busca por novos interesses em conjunto. Isso ajuda a manter uma vida social ativa, dando maior sensação de propósito a todas as outras coisas.

Benefícios físicos: ter alguém para compartilhar atividades físicas, como caminhadas, aulas de dança ou a prática de qualquer esporte leve não tem preço. De cara, essas práticas em duo ainda promovem saúde física e bem-estar.

Estímulo cognitivo: a troca de ideias, longas conversas e momentos intelectualmente estimulantes com um parceiro podem ser benéficos para a saúde cognitiva.

Redução do isolamento social: à medida que envelhecemos, é possível que a rede social de uma pessoa se reduza. Nesse cenário, ter um parceiro pode ajudar a preencher esse vazio. Só não vale ficar apenas dentro de casa, hein?!

Suporte mútuo: a terceira idade sempre aumenta as possibilidades de enfrentamento contra desafios de saúde, por isso uma boa companhia pode dar suporte emocional, tornando esses momentos mais gerenciáveis.

Intimidade e afeto: o namoro pode proporcionar uma oportunidade para expressar e receber afeto e intimidade, que são aspectos importantes do bem-estar emocional e físico.

Renovação da vitalidade e energia: um relacionamento quase sempre traz uma nova perspectiva e entusiasmo para a vida, estimulando a vitalidade e a energia.

Felicidade e satisfação: muitas pessoas na terceira idade relatam uma sensação de felicidade e satisfação ao conviver com um par amoroso, o que pode contribuir para uma qualidade de vida mais elevada.

#PraTodosVerem: fotografia colorida de um casal belíssimo da terceira idade, contente, dançando em uma varanda.

Mas e você? Já paquerou pelas redes hoje?

Confira no post dicas de aplicativos e já reserve o perfume para o seu primeiro encontro presencial!

Fonte: Dialogando - Namoro online na terceira idade: dicas para romances sem traumas Dialogando

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