Olha! A gente acha (mas só “acha”) que, se você chegou até aqui, foi porque procurou nas plataformas de busca por NFT, não é mesmo?
Os chamados tokens não fungíveis (non-fungible tokens, em inglês) estão rendendo muito o que falar, e mais que isso: estão rendendo dinheiro de verdade.
Neymar, por exemplo, investiu R$ 6 milhões na aquisição de apenas dois NFTs da série Bored Ape Yacht Club (BAYC), conhecidos pelas imagens de macacos, que você confere abaixo.
Certo. Mas, e daí?
A operação lhe confere agora os direitos comerciais desses NFTs e a carteirinha de entrada no chamado Yatch Club, um discord privado (app de comunicação instantânea) que conta com outras celebridades que também compraram NFTs Bored Ape.
Ok. Mas, afinal, o que são NFTs?
Criados com blockchain – a mesma tecnologia usada em criptomoedas como Bitcoin e Ethereum (entenda no post!) –, estes tokens vem abrindo as portas financeiras no mundo da arte para pinturas, fotos, memes virais e todo tipo de imagem consumida digitalmente.
Considere o termo token como algo parecido com um certificado ou selo digital, enquanto o termo fungível diz respeito a qualquer item físico ou, neste caso, digital.
Neste cenário, o non já diz tudo. Os tokens não fungíveis são classificados como itens digitais que não podem ser substituídos, destruídos ou copiados. E você vai descobrir como isso é possível justamente no post que indicamos acima.
Bom, já deu para entender que você não vai conseguir “salvar como” o Ape (macaco) do Neymar no seu desktop para usar na tela de descanso de seu smartphone ou do seu notebook porque, mesmo que existam cópias, o NFT original é o único que atesta sua legitimidade.
Pense em uma obra de arte de um artista consagrado, como a Mona Lisa (ou La Gioconda), de Leonardo da Vinci. Se essa peça for reproduzida por qualquer outro pintor, por mais que a reprodução engane, todos sabem onde está sua versão original, neste caso, no Museu do Louvre, em Paris, na França. A série BAYC possui imagens únicas de macacos que se caracterizam pelas roupas, a cor de fundo, o tipo de pele, os olhos, a boca e seus acessórios. Aliás, quanto mais acessórios esse Ape tiver, maior seu valor de mercado.
Quem dá mais? Os leilões
Os leilões de produtos e artes digitais NFT são realidade nos maiores mercados do mundo contemporâneo, com a movimentação de bilhões de dólares.
Para você ter uma ideia: em dezembro do ano passado, foi leiloada a primeira mensagem de texto enviada via SMS no mundo (em 3 de dezembro de 1992). Seus dizeres desejavam “Feliz Natal”, e sua venda como um NFT – de iniciativa da empresa britânica de telecomunicações Vodafone – alcançou o valor de nada mais, nada menos que 107 mil euros.
Em janeiro deste ano, Julian Lennon, filho do Beatle John Lennon, digitalizou parte do acervo físico do pai (três guitarras e notas manuscritas sobre “Hey Jude”, canção de 1968) para leiloá-los como tokens não fungíveis.
Os fãs responsáveis pelos maiores lances poderão se gabar pela propriedade desses arquivos digitais.
No Brasil, o primeiro leilão de arte em NFT 100% nacional aconteceu em junho de 2021 com o quadro “Fronteira Físico/Digital” (que você confere, abaixo), do artista plástico Bel Borba, muito famoso, especialmente na Bahia, seu próprio estado.
A obra, fotografada em altíssima resolução, foi fragmentada em 100 partes, com a venda de 4 delas e arrecadação de R$ 13 mil. O evento aconteceu por meio da plataforma desenvolvida pela InspireIP, startup baiana.
A ideia fez dos compradores de cada pedaço (de dimensão 17 cm por 15 cm) sócios da obra, que você confere abaixo.
Como criar um NFT
Muitas pessoas perguntam se é necessário ter conhecimentos em criptografia para dar vida a uma arte digital registrada em NFT, e a resposta para a pergunta é “não”. Aliás, você não precisa nem instalar qualquer tipo de programa para isso.
O que você precisa é aprender a manipular criptomoedas. A Etherum (ETH), por exemplo, é um dos protocolos usados para a criação de NFTs. Ou seja, você precisará, de fato, de uma carteira de criptomoedas.
Quais as vantagens desse mercado?
Perceba que os NFTs estão absolutamente ligados ao mercado financeiro e, neste sentido, seus criadores recebem porcentagens das vendas realizadas, enquanto os vendedores ganham no momento da venda e os compradores podem, futuramente, comercializar a aquisição por valor maior.
É seguro?
Como no próprio mercado das artes, em que não há valores de tabela pré-estipulados, esse nicho é considerado um criptoativo, ou seja, carrega a promessa de valer algo no futuro, e é exatamente isso que o difere de uma criptomoeda, cuja cotação é diária, a exemplo do Bitcoin.
Do ponto de vista da segurança da tecnologia, é preciso ressaltar que ela é ainda muito crua no que tange aos mecanismos para garantir a proteção de seus usuários.
Há estudos estratégicos em curso, como o uso da contrainteligência e da inteligência preventiva, métodos capazes de alertar sobre eventuais falhas encontradas nos sistemas, no entanto, nada ainda oficializado.