Você já parou para pensar na quantidade de informações pessoais que uma escola detém sobre seus alunos?
Provavelmente muitas, afinal, professores precisam se inteirar de tudo que possa influenciar a vida escolar das crianças e dos adolescentes.
Problemas de ordem familiar, física ou psicológica possuem relação direta no processo de aprendizagem e relacionamento, sendo necessário que os educadores saibam o que se passa. Muito além de um histórico escolar, as circunstâncias da vida pessoal de cada aluno podem dizer muito sobre ele.
Presente no Estatuto da Criança e do Adolescente, a confidencialidade de informações pessoais é um direito dos estudantes.
Conforme a lei no. 8.069/90, artigo 17: “O direito ao respeito consiste na inviolabilidade da integridade física, psíquica e moral da criança e do adolescente, abrangendo a preservação da imagem, da identidade, da autonomia, dos valores, ideias e crenças, dos espaços e objetos pessoais”.
No Brasil, o caso de maior notoriedade envolvendo o vazamento de dados pessoais de alunos, colocou um dos colégios mais tradicionais de São Paulo em uma situação difícil e reascendeu a discussão: como as instituições de ensino têm garantido a segurança das informações?
Em 2015, alunos divulgaram nas redes sociais o conteúdo de reuniões entre professores, ocorridas entre 2007 e 2012. O conteúdo era de extremo sigilo, contendo dados familiares e médicos, além de comentários “indiscretos” sobre o comportamento na escola e a aparência física dos alunos.
Em tempos onde a tecnologia de ponta e os sistemas de segurança utilizados para manter os dados protegidos parecem ser a solução para problemas como esse, assistimos a vulnerabilidade que repetidamente se torna notícia.
Para o especialista em direito digital Renato Opice Blum, tanto os pais do estudante que invadiu o sistema da escola quanto a instituição podem ser punidos pelos vazamentos.
Na internet, o que não falta são notícias de alunos que invadiram o site da escola para alteração de suas respectivas notas, o que também denota uma clara fragilidade.
Segundo Altieres Rohr, colunista no G1 e criador do site de segurança Linha Defensiva, apesar dos hackers invadirem sites que até então pareciam totalmente seguros, a ação deles é facilitada em virtude de falhas de segurança absurdas que podem ser aproveitadas por pessoas com poucos conhecimentos em informática.
É importante que no momento de escolher uma instituição de ensino, os pais procurem saber se a escola tem sistemas informatizados de coleta e tratamento de dados do corpo discente, políticas e normas de segurança da informação, se realiza ações de conscientização para o uso seguro da Internet e se é capaz de responder dúvidas e questionamentos de forma efetiva.
Para o uso no dia a dia, é importante saber que existem ações para aumentar a segurança da família ao acessar a internet. E você, como protege seus dados na rede? Diga nos comentários!