As transformações aceleradas no mundo do trabalho provocadas pelo desenvolvimento tecnológico não precisam ser motivo de temor. As mudanças podem trazer boas notícias, como o aumento da diversidade nas organizações. É a revolução digital!
“A tecnologia tem um papel importante na capacitação profissional, pois é democrática e disponibiliza informações para as pessoas”, aponta Lucas Robertto Batista, head do Digital Labs da Vivo.
“As tecnologias levam para as pessoas informações sobre os rumos da nossa sociedade e sobre o próprio desenvolvimento tecnológico, contribuindo para a qualificação profissional dos autodidatas”.
Batista acredita que a facilidade de acesso a informações valiosas para profissionais antenados faz com que a revolução digital acabe beneficiando profissionais de diferentes classes sociais, etnias e gêneros.
“Diversidade não é mais uma questão de escolha. É preciso que se possa identificar na hierarquia da empresa como um todo a representação da sociedade. Uma companhia só consegue entregar bons produtos e serviços se ela entende como a sociedade funciona – e quem são seus clientes”, argumenta Batista.
Futuro do mercado inclusivo
Karen Franquini é uma dessas profissionais que souberam se beneficiar das possibilidades geradas pelas transformações tecnológicas.
Oriunda de um bairro popular do Rio de Janeiro, Karen constatou que o mercado de trabalho continua privilegiando o currículo dos candidatos às vagas de emprego.
Com isso, deixa-se de lado aspectos comportamentais e competências emocionais que, segundo Karen, serão o foco principal de todos os contratantes no futuro.
“Com a Inteligência Artificial, boa parte dos cargos será extinta e o profissional do futuro será valorizado por suas capacidades comportamentais. O público de baixa renda consegue demonstrar competências como resiliência e pró-atividade”, aposta.
Pensando nisso, Karen criou a startup Ganbatte, que seleciona e treina profissionais talentosos com origem na baixa renda. “Já se comprovou que diversidade e justiça social aumentam a produtividade das empresas. No futuro, isso só tende a crescer”, afirma.
Para Lucas Batista, a análise do currículo realmente não é mais suficiente para recrutar um profissional. “Não basta mais ter currículo, porque ele fica defasado muito rapidamente”.
“Esperamos comportamento muito mais relacionado a como as pessoas encaram seus desafios”, completa Batista.