Eles não nasceram necessariamente com os smartphones em mãos, até porque, quando pequenos, a internet banda larga ainda nem era realidade.
Mas esta turma experimentou os primeiros acessos ao mundo virtual mais tarde, em meados dos anos 1990, por meio da internet discada.
Discada? Sim. Quando, para se conectar, era necessário ter uma linha telefônica ligada diretamente no computador, impossibilitando as chamadas, já que a linha permanecia ocupada durante toda a navegação (lenta, viu!).
Nos primórdios da conexão a internet caía o tempo todo e baixar arquivos minúsculos exigia, no mínimo, paciência do usuário. Que dirá assistir a um filme inteiro on-line, missão praticamente considerada utópica.
Independentemente de todas as limitações, você pode ter certeza: eles estavam amando todo esse novo horizonte, afinal, pela primeira vez o contato com novos continentes estava a um clique, e passar horas tentando baixar uma única música do computador de um usuário de outro país era, no final, absolutamente gratificante.
Geração Y: quem são?
Também conhecidos por millennials, compreende-se como geração Y as pessoas nascidas entre 1981 e 1996 – tendo, portanto, entre 26 e 41 anos em 2022.
Esse time ocupa boa parte dos postos de trabalho do país, especialmente no setor daquele recurso responsável por te trazer agora até aqui: a tecnologia!
Moldados pela tecnologia
As lembranças da geração Y passam por maravilhas do mundo analógico que agora viraram itens cobiçados por colecionadores do mundo todo. Nessa lista estão os consoles Atari, as vitrolas, máquinas de escrever, fitas cassete e os walkmans, que consumiam pilhas demais de quem não conseguia sair de casa sem um som rolando no fone de ouvido.
Mas na chegada dos anos 1990, época em que começavam a se aventurar na computação, em frente aos pesados monitores de tubo, a tecnologia caminhava às pressas. Os famosos disquetes – dispositivos de armazenamento com capacidade de 720 Kb até 5.76 MB – cederam espaço aos CDs, que cederam espaço aos cartões SD e a capacidade de armazenamento foi, então, ficando muito maior.
E a geração Y, claro, eis que foi deixando para trás o passado analógico que a concebeu, com facilidade. Ela abraçou o surgimento dos computadores pessoais mais potentes, a chegada dos smartphones, tablets, GPSs e do wi-fi, dentre outras tantas invenções que agora fazem parte do cotidiano de todos nós.
Trabalho: na montanha-russa da economia
Os millennials sentiram na pele a flexibilização das regras trabalhistas, os ajustes fiscais e a competitividade no mercado de trabalho. Motivos que lhes assombram com um sentimento de insegurança profissional mais acentuado do que o sentido pela geração de seus pais.
Vivem um cenário profissional às vezes mais flexível e aberto a inovações, mas que, ao mesmo tempo, pode ser mais incerto e precarizado, porque tiveram que enfrentar grandes recessões: da crise financeira que se arrastou pelo mundo em 2008 e 2009 ao período da contração econômica brasileira iniciado em 2014, agravado pela pandemia e agora, mais comprometido pelos efeitos de uma indesejada guerra.
Alguns parágrafos acima falamos que o setor da tecnologia é tomado por essa turma, lembra? E isso porque – embora boa parte da geração Y tenha estudado datilografia (acredite, existiam cursos para aprender a digitar!), também cresceram montando e remontando eletrônicos e criando seus próprios programas e jogos com poucos recursos.
Tais habilidades tornariam este grupo, mais tarde, perfeito para este nicho de mercado, aquecido, mas ainda bastante carente de mão de obra qualificada em TI (Tecnologia da Informação).
Segundo dados da Associação das Empresas de Tecnologia da Informação e Comunicação (Brasscom), o Brasil forma anualmente cerca de 45 mil especialistas em tecnologia e há 70 mil novas vagas por ano. Este gargalo deverá ser suprido, rapidamente, pela geração que a sucede: a geração Z.
(Saiba mais sobre a geração Z no post e clique aqui para ficar por dentro das carreiras em tecnologia em alta no mercado!)
“Respeite as minas” e o planeta!
O que muita gente chama de “mimimi” é, para os millennials, a razão para acreditar na construção de um mundo mais igualitário e justo. Afinal, participar dos avanços tecnológicos lhes deu o sentimento de que seriam capazes de mudar tudo.
Ainda que alguns se sintam frustrados pelo lento avanço dessa ambição, são os maiores responsáveis pela popularização de causas humanitárias, ambientais e de luta por igualdade de gênero e raça tão presentes hoje, por exemplo, nas redes sociais.
Mas, para além destas plataformas, levaram estas pautas para o ambiente acadêmico e profissional, com contribuições efetivas para as pessoas e todo o planeta. Não à toa são considerados a geração mais antenada em política e economia.
Valores: responsabilidade social e inovação
Deu para entender que a geração Y é bastante movida por seus próprios valores, não é mesmo? Mas não é só isso. Os princípios dessa turma, muitas vezes, são o meio e o fim de todas as suas tomadas de decisão. E as empresas que não estiverem alinhadas aos seus objetivos de futuro “que lutem”, porque se não, o affair entre as duas pontas promete ser curto.
Millennials querem empregos que lhes possibilitem crescimento profissional com equilíbrio em suas vidas pessoais, e por isso não abrem mão de flexibilidade.
Além da responsabilidade social promovida pelas companhias para as quais prestam serviços, outro fator que os contempla nas relações de trabalho é a inovação. Já não enfrentam mais ambientes tecnologicamente desqualificados, que podem colocar em xeque o desempenho dos serviços prestados.
Cringes?
Não são raros os memes em circulação pelas redes os chamando de “cringes”, menção muito usada pela geração Z ao se referir aos millennials. Mas por que cringe?
A gíria é adaptada do inglês e, traduzida, significa “vergonhoso”. Aqui no Brasil, vem caracterizando aquilo que é visto como brega, ultrapassado e fora de moda.
A fama vem rendendo alguns embates no mundo on-line, tudo porque a geração Z acredita que, por mais que os millennials tenham acessado os dispositivos eletrônicos e a internet antes que eles, a intimidade com a tecnologia é menor.
Toda generalização é perigosa, mas, de fato, algumas limitações podem aparecer. Afinal, os Z’s são chamados de “nativos digitais”, nasceram praticamente com os celulares em mãos. Portanto, a habilidade com as novas tecnologias vem desde o berço.
No entanto, engana-se quem pensa, por exemplo, que o famoso ato de “cancelar” marcas – ou não comprar determinado produto por violar o que julgamos ser correto – foi uma faceta da nova geração.
A verdade é que foram os millennials os responsáveis por fazer com que empresas mudassem suas políticas de relacionamento com o cliente, exigindo a adoção de novos valores. A diferença é que, na época, o termo usado era só “boicote” mesmo.
O uso de peles de animais, hoje raro, mas muito vulgarizado pelo mercado do consumo no passado, foi outra mudança clara estabelecida pelos valores ditados pelo grupo, dentre outros tantos feitos.
Faz parte da geração Y e se identificou? Conte para a gente e compartilhe. =]
Retornaremos em breve, contando como a geração dos chamados baby boomers se relaciona com o mundo fantástico da tecnologia!