A realidade do fantástico mundo tridimensional cada vez mais se aproxima e o metaverso vem com a certeza de que o mundo vai virar uma nova chave, em todos os sentidos. Mas uma pergunta que não quer calar é: quais são os níveis de segurança desse novo universo hiperdigital?
Encarar os personagens que a gente bem entender e conhecer outros sem nem mesmo saber quem é aquele novo colega (ou avatar) vai requerer cuidados. Porque em um labirinto infindável de caminhos e possibilidades vai aparecer gente como no mundo real: com boas e más intenções.
Mas e se essa nova prática se tornar um vício maior que o Insta e a gente não quiser mais tirar os óculos de realidade virtual com fones de ouvido e sensores? Será que isso nos trará algum mal físico ou emocional?
Imagine! Se no pós-pandemia ainda tem gente com a chamada “preguiça social”, preferindo maratonar uma série no streaming, será que vai ter gente passeando na rua aos fins de semana?
Vamos entender alguns riscos já programados, até para que a gente vá se policiando lá na frente, para curtir com consciência essa inovação que é, antes de tudo, a 8ª maior maravilha da história!
O que está por vir antes de falarmos em segurança do metaverso?
Ok, a pauta é segurança, mas não tem como não ficar ansioso com a chegada do metaverso. É como se a distância entre continentes acabasse e não se restringisse apenas a quem tem poder aquisitivo para pegar um avião. Parece exagero?
Então entenda!
Nesse sistema tridimensional aberto, pessoas de todas as nações estarão em contato, e claro que as barreiras da língua serão quebradas, afinal, a Meta mesmo já até anunciou o tradutor universal com IA, que vai permitir conversas entre idiomas diferentes no Metaverso.
Embora ainda esteja em desenvolvimento e não seja uma realidade plena, sua chegada potencialmente trará mudanças significativas em várias áreas da vida.
Só essa quebra de barreiras físicas e geográficas permitirá que as pessoas se conectem e interajam virtualmente em tempo real com impactos profundos nas relações globais e na forma como as culturas interagem. Esse mix trará uma riqueza absurda de criação de conteúdo.
As reuniões de negócios, a educação a distância e a colaboração vão rolar em ambientes virtuais imersivos e interativos. Não. Sério! Pense na experiência de estudar biologia mergulhado no fundo do mar, sem riscos de ser engolido por uma criatura marinha!
Se a pauta for entretenimento, as lives corriqueiras herdadas do período pandêmico vão absolutamente ser extintas, porque poderemos ir a eventos ao vivo, concertos, exposições de arte e muito mais nesses ambientes, criando novas formas de experiências culturais.
A criptomoeda, de que tanta gente desconfia, terá o mesmo sentido que outrora teve uma nota física, afinal, estará dada a largada definitiva da economia digital, com um mercado das moedas não físicas, tokens de utilidade (utility tokens) e colecionáveis virtuais (NFTs) produzidos por blockchain.
Adoraríamos, inclusive, trazer todas as benesses desse universo que já bate às nossas portas, mas lembramos que hoje te chamamos aqui para falar sobre a segurança do metaverso. Então vamos lá!
Segurança no metaverso: atenção a estes pontos!
A nova perspectiva das imersões ultrarrealistas é alvo de inúmeros estudos desenvolvidos por grupos de especialistas que vêm levantando algumas preocupações:
1. Alerta à saúde dos trabalhadores
Se a intensa utilização dos óculos de realidade virtual (VR) atrelada aos usuários do metaverso já traz alguns alertas, imagine se pensarmos nos metatrabalhadores.
Já é comprovado que o uso excessivo do acessório pode trazer uma série de inconvenientes à saúde ocular justamente por manter-se fixado aos olhos e longos períodos de exposição poderem causar fadiga das vistas, dores de cabeça, de pescoço, entre outros.
Sem contar os riscos por esforço repetitivo atrelado à manipulação dos teclados, mouses e controles.
Os entraves relativos à saúde mental também merecem máxima atenção, por isso será necessário manter no radar que a inovação não poderá substituir as relações presenciais.
Por aqui, estamos de olho na legislação que estará por vir estabelecendo regras protetivas para as categorias profissionais que passarão longas horas nesses ambientes.
Fique você também de olho, busque estar por dentro dos debates da PL 2175/2023 e pressione os políticos que receberam o seu voto.
2. Assédio moral e sexual
Chegamos a um eixo absolutamente sensível, especialmente para os responsáveis por crianças e adolescentes, então prepare-se: os níveis de amizade e as relações de confiança terão que crescer exponencialmente entre pais e filhos.
O assédio cibernético, também denominado de cyberbullying e tantos outros crimes praticados por meios eletrônicos de comunicação, tende a crescer.
Aqui entram várias formas de abuso quando o agressor utiliza a tecnologia para constranger, ameaçar ou intimidar uma pessoa, e nós já explicamos tudo sobre esse baita desafio neste post aqui.
No todo, muitos métodos utilizados para intimidar as pessoas em meios cibernéticos não são tão diferentes daqueles praticados nas formas tradicionais de bullying. Aí, claro, as maiores vítimas serão, infelizmente, sempre os grupos minoritários, que já sofrem agressões diárias aos montes, como nas redes sociais.
Quando a pauta é a proteção de menores de idade, as famílias terão que se preparar para a educação parental daquele jeito não violento que já explicamos por aqui, para que os pequenos e jovens sintam-se seguros para contar com o auxílio dos pais, se necessário.
Essa realidade perversa também vai precisar de muito auxílio da legislação, a fim de desmascarar os agressores por trás dos avatares para que as leis se cumpram e essas pessoas sejam, de fato, punidas.
3. Privacidade
Quando falamos de uma metarrealidade e da forma como os humanos processam as informações, dentro desse universo paralelo e aumentado o espaço é diferente e as informações podem se mover em velocidades tão rápidas que se aproximam à da luz.
Aí imagine com as novas tecnologias que aumentam cada vez mais a coleta de informações pessoais como tudo isso se potencializa.
Antes de seguirmos, vale entender quais tipos de dados compartilharemos dentro do metaverso – lembrando que esses ambientes nos proporcionarão experiências diversas e que, para cada uma delas, haverá a necessidade da coleta de um tipo de dado diferente.
Os mais comuns, provavelmente, são os dados pessoais, seguidos dos metadados, que são dados gerados a partir dos primeiros. Em outros casos, há a possibilidade da coleta de dados sensíveis (algumas experiências requerem o tratamento de dados biométricos, por exemplo).
As previsões são de que normas como a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) passem a exigir ainda mais das empresas que usem esses espaços comercialmente para que elas garantam a privacidade por padrão, coletando apenas dados necessários para cada finalidade.
Caberá a nós, enquanto usuários e consumidores, ficarmos atentos à reputação das empresas, verificando como tratam os dados de seus clientes. Essa ação já vai nos poupar de muita dor de cabeça.
Sabe aqueles textões de política de privacidade e termos de uso que muita gente pula e só aperta o “eu aceito?
Pois bem. Se você é desse grupo, considere rever seus conceitos desde já, porque será necessário cuidado dobrado ao sair por aí permitindo qualquer coisa. Lembre-se: os dados são seus, portanto cabe a você dizer se concorda ou não com o que terceiros podem fazer com eles.
As orientações para o cuidado com as senhas devem permanecer as mesmas: crie senhas fortes, troque-as com uma certa frequência e evite compartilhá-las. Não deixe de atualizar softwares e antivírus – medidas aparentemente básicas podem fazer uma enorme diferença quando um sistema é invadido e seus dados são acessados indevidamente.
Certo! Agora que você já está mais habilitado a ser um desbravador desse novo mundo, conte para a gente, nos comentários: o que você não vê a hora de viver (em segurança!) no metaverso, hein?
Já aproveite e confira mais dicas de segurança sobre essa pauta aqui!